Você saberia dizer se sua organização está gerenciando o que realmente faz a diferença nos resultados do negócio? Pra responder a essa pergunta, você precisa ter claro o que faz a diferença em seus resultados. Talentos, processos, tecnologia, inovação são alguns dos fatores que normalmente vêm à mente. Mas qual o fator capaz de realmente diferenciar sua organização?
Desempenho movido a conhecimento
Digamos que no seu negócio o talento é que faz a diferença: como sua organização identifica, atrai e desenvolve os melhores talentos? Se sua vantagem competitiva vem de seus pontos de venda e instalações, que caminho você percorreu para extrair valor dessas instalações e como as gerencia? Quando a geração de valor vem de processos efetivos: como sua organização estrutura esses processos? Como você gera sua estratégia de negócios, faz a inovação acontecer, identifica ou desenvolve tecnologias mais efetivas? Como sua organização gera resultados e evolui?
Esse “como” é o conhecimento. Não é nenhuma novidade: Peter Drucker, já na década de 90, afirmava que o conhecimento é “o” fator de produção, “juntamente com capital e trabalho, em nossa sociedade pós-capitalista”. Ele é o fator que possibilita gerar valor a partir de todos os outros ativos, tangíveis e intangíveis. É o ativo com maior poder de impactar os resultados e o futuro de qualquer negócio, em todos os setores. O seu negócio, na verdade, é movido a conhecimento. Isso nos leva à segunda parte da pergunta: você está gerenciando o que realmente faz a diferença nos resultados do negócio – o conhecimento?
Gerenciando o que importa
Sejamos honestos: a maior parte da energia e recursos de sua organização é investida na gestão de ativos tangíveis. Qualquer organização sabe quantificar e descrever em detalhes tudo o que entra e o que sai na forma de insumos, equipamentos, materiais, recursos financeiros. A maioria delas conta com uma estrutura, estratégia, processos e equipes para lidar com os ativos tangíveis.
O mesmo vale para a gestão de pessoas, que são vistos como os “portadores” do conhecimento: a empresa ou organização sabe quantos são, quanto ganham, quem entrou ou não pela porta hoje e quantos minutos de atraso acumulou este mês. Mas e quanto ao conhecimento utilizado para gerenciar esses tangíveis? E o conhecimento que entrou e saiu “na cabeça” dessas pessoas? Sua organização costuma quantificar e gerenciar? Arrisco dizer que, no máximo, sabe dizer quantas horas cada pessoa dedicou a treinamentos – o que está longe de ser uma medida efetiva para gerenciar o conhecimento, principalmente quando sabemos que frequentemente os esforços de educação estão pouco ou nada orientados para a aplicação prática e a geração de valor.
Isso sem mencionar outros tipos e formas de capital intelectual, que costumam contar com ainda menos atenção. Cruel conclusão: praticamente toda a atenção e recursos de sua organização estão voltados para os ativos tangíveis, enquanto os intangíveis – e particularmente o conhecimento, que tem um impacto imensamente maior nos resultados do negócio e na diferenciação da organização – contam com pouca energia e uma gestão pouco ou nada estruturada. É literalmente um fabuloso tesouro sendo desperdiçado pelas empresas e organizações. Não se culpe, existem inúmeras causas prováveis para essa distorção:
- Estamos apegados a um modelo de gestão viciado: o modelo de gestão de negócios predominante no mercado neste início de século ainda é o mesmo que foi criado há décadas, para competir em um mercado comoditizado, em que o consumidor não tinha voz nem vez, e em que a inovação e a diferenciação ainda eram um luxo de poucos visionários. Sim, aprendemos a trabalhar em um modelo anacrônico, mas ainda é essa a prática que predomina.
- A gestão de intangíveis é mais complexa: é muito mais fácil gerenciar “coisas”, que podem ser vistas, contadas, armazenadas – ou mesmo “pessoas”, que de certa forma podem ser “tangibilizadas” – do que fazer a gestão de conhecimentos, ideias, reputação, relacionamentos (ainda que já existam métodos e indicadores razoavelmente evoluídos para isso).
- Gerenciar o conhecimento não faz parte da paisagem: ainda que a expressão “gestão do conhecimento” não seja exatamente uma novidade, poucas organizações de fato dedicam esforços à gestão do capital intelectual, como já mencionamos. Se os concorrentes e as empresas mais admiradas aparentemente não estão fazendo isso, por que nós faríamos?
Mas essas e outras causas não podem ser usadas como desculpa: hoje a dinâmica do mercado é totalmente diferente, o que exige que as organizações adotem posturas e práticas de gestão completamente distintas. Infelizmente a maioria delas ainda continua na inércia da gestão “fordista”.
O potencial em suas mãos
Agora imagine o potencial inexplorado que existe em sua organização. Existem alguns grandes campos de oportunidades: Ativos de conhecimento: pense na produtividade que pode ser gerada se você conseguir fazer com que a organização aproveite melhor pelo menos uma pequena parte do conhecimento já disponível, aquele que já está “dentro de casa”. Imagine quantos erros recorrentes podem ser evitados, quanto tempo economizado na busca pelas mesmas respostas, quantas oportunidades de melhoria ou mesmo de novos negócios podem ser melhor identificadas e aproveitadas. Há inúmeros ganhos de produtividade ocultos aí.
Lacunas de conhecimento: pense no conhecimento ainda não disponível, mas que pode ser apreendido e aplicado se isso estiver entre as prioridades da organização – e não apenas os mesmos velhos esforços repetitivos esperando resultados diferentes. Imagine como o desafio de buscar soluções (existentes ou novas, interna ou externamente) para os problemas do dia a dia pode impulsionar os resultados e ainda se tornar um fator de motivação para profissionais e equipes. Há saltos de desempenho esperando para serem aproveitados.
Novos conhecimentos e inovação: muito se fala hoje em inovação e, cá entre nós, mais se fala do que se pratica. Mas poucos enfatizam o quanto gerenciar o conhecimento de forma inteligente é crítico para a inovação. Imagine as imensas oportunidades que podem surgir quando sua organização fizer com que o conhecimento flua de forma mais inteligente e estruturada, pavimentando o caminho para a identificação de novas necessidades e oportunidades.
Imagine se o conhecimento gerado no processo de inovação – estruturado ou não – puder ser melhor aproveitado, aprimorando o próprio processo e alimentando novos projetos. Aí está o santo graal dos inovadores. Essa é a nova fronteira para os negócios e as organizações: aprender a gerenciar o que realmente faz a diferença para os resultados imediatos e a evolução futura. Existe um imenso potencial inexplorado, simplesmente ignorado pelas organizações, e que envolve oportunidades capazes de promover verdadeiros saltos de desempenho, inovação e evolução.
Não se trata de um terreno totalmente virgem: já existem conceitos, metodologias e práticas sendo aplicados e aprimorados nos últimos anos com bons resultados – assim como práticas que foram descartadas porque não funcionaram, como em qualquer outra disciplina – e também há muito a ser construído. Podemos chamar de gestão do conhecimento, gestão do capital intelectual, aprendizagem organizacional, gestão de ativos intangíveis; não importa, escolha a nomenclatura que preferir. O importante é que essa é “a” capacidade organizacional que vai mudar o presente e o futuro de sua organização e de nossa sociedade.
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