No encontro realizado pela Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento – SBGC, no início de Novembro, Embraer, Sabesp e Impakt debateram o valor da gestão do conhecimento e sua contribuição para o desempenho das organizações. O debate gerou insights e mostrou que o valor gerado pela gestão do conhecimento pode ser muito maior do que as organizações têm percebido, mas para isso alguns pontos-chave devem ser considerados.
José Eduardo Carrara Junior, gerente de sistemas de gestão da Embraer; Marcia Aires, coordenadora do programa de gestão do conhecimento da diretoria metropolitana da Sabesp; e Beto do Valle, fundador e diretor-presidente da Impakt Consultoria, apresentaram suas visões a partir de duas questões centrais:
• Como gerar resultados relevantes a partir de iniciativas de gestão do conhecimento?
• Como demonstrar esses resultados?
Práticas orientadas ao negócio
Diversas práticas foram citadas pelos palestrantes para exemplificar formas de gerir conhecimento e suas contribuições às organizações. Entre as principais iniciativas da Sabesp, foram contempladas: a adoção do Modelo de Excelência na Gestão (MEG), a padronização das práticas e de processos das unidades da empresa, a internalização de conhecimentos relevantes e o programa Melhores Práticas. Já as práticas da Embraer que receberam maior destaque no evento foram: as comunidades de prática, os manuais de know-how de engenharia, o Seminário Embraer de Tecnologia e Inovação e a gestão de prontidão.
Segundo Beto do Valle [veja apresentação clicando aqui], o que estas iniciativas têm em comum, e que garante a contribuição das mesmas às empresas em que estão inseridas, é a orientação ao desempenho do negócio e ao alcance de resultados no curto, médio e longo prazo.
Conhecimentos críticos
Para orientar a GC a contribuir para os resultados esperados é preciso entender o contexto da organização, a dinâmica do negócio e quais são os conhecimentos críticos às atividades da empresa. A partir desse entendimento é possível desenvolver soluções estratégicas capazes de contribuir ao negócio e gerar impacto significante para as organizações.
Institucionalização da gestão do conhecimento
Outra questão importante levantada por Beto foi a importância da institucionalização das iniciativas de gestão do conhecimento e o vínculo das mesmas com os processos organizacionais. Caso as iniciativas sejam pontuais ou dependentes exclusivamente de alguém que “levante a bandeira” da gestão do conhecimento dentro da empresa, as práticas organizacionais e suas contribuições ao negócio dificilmente serão consistentes e terão continuidade no longo prazo.
Um fator importante para institucionalizar tais iniciativas são os indicadores de resultados. Apesar de muitas vezes ser deixada de lado, a etapa de avaliação de resultados é o que ajuda a demonstrar o valor dos investimentos em gestão do conhecimento da organização e o que constrói um ambiente favorável e participativo, no qual as pessoas percebem os benefícios gerados pelas práticas e se sentem estimuladas a contribuir.
Gestão do conhecimento: investimento em diferenciação e crescimento
Podemos concluir que investir em conhecimento não só é desejável como necessário para organizações que buscam aumentar seu valor de mercado e ampliar suas capacidades internas. O conhecimento é a parte central de qualquer negócio e a capacidade de gerenciar o conhecimento, desde que esteja voltada a contribuir de forma estratégica à melhoria de resultados das organizações, será a grande fonte de diferenciação, de desempenho e de crescimento do século XXI.
*Krissya Tigani é consultora da Impakt. Atua em gestão do conhecimento, educação corporativa e gestão da inovação.
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